Há um propósito para o sofrimento?
Muitos de nós já fizemos esta pergunta em algum momento da vida, a nós mesmos ou ao próprio Deus. O livro de Salmos traz vários textos em que os autores indagam, clamam, suplicam ao Criador diante de angústias e sofrimentos, ansiando receberem respostas de Deus para suas aflições.
No salmo 10, o salmista, se sentindo visivelmente abandonado por Deus, questiona:
“Senhor, por que estás tão longe? Por que te escondes em tempos de angústia?” (Salmo 10:1).
Consigo imaginar as lágrimas lavando o rosto do salmista enquanto compunha este verso...
“Senhor, por que estás tão longe? Por que te escondes em tempos de angústia?” (Salmo 10:1).
Consigo imaginar as lágrimas lavando o rosto do salmista enquanto compunha este verso...
Recentemente, perdi meu filho recém-nascido e perguntei diversas vezes a Deus o motivo pelo qual fui afligida com essa dor tão aguda e, para mim, sem sentido.
Por vezes, nossa alma abatida pode imaginar que Deus nos esqueceu, que Ele deixou de nos ouvir, e que Ele não responde mais às nossas orações. O fato de sermos feitos filhos de Deus, através da morte e ressurreição de Cristo, nos torna íntimos do Pai, a ponto de nós derramarmos aos pés dEle todos esses questionamentos. O próprio Jesus, em sua humanidade, bradou, pouco antes de morrer na cruz:
“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”(Mateus 27:46).
“Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”(Mateus 27:46).
É compreensível que em momentos de angústia não consigamos perceber a bondade e o amor de Deus. Porém, nos pequenos intervalos em que o choro cessa, podemos voltar nossos olhos para a Palavra de Deus e, pela fé, enxergar o Pai como Ele realmente é. E, aqui, é importante lembrar: Deus não é como nosso pai natural, terreno.
Ainda que seu pai natural o abandone, ainda que ele tenha partido muito cedo e você sinta o vazio da orfandade, ainda que você tenha um pai ausente, tirano, ou abusivo, Deus, nosso Pai celestial, não nos abandona jamais e quer nos dar o melhor de si, pois tem planos maravilhosos a nosso respeito. É o que Ele nos diz no livro de Jeremias:
“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. (Jeremias 29: 11).
“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. (Jeremias 29: 11).
Há algo que precisa ficar claro na nossa mente: Deus não é um tirano que fica em seu trono majestoso arquitetando planos sagazes para nos castigar e nos afligir, por algo que fizemos ou deixamos de fazer.
Por muito tempo, eu acreditei nessa imagem de um Deus distante e vingativo que muitas vezes é transmitida pela religião. O relacionamento difícil com meu pai contribuiu para que essa ideia criasse raízes profundas em meu coração.
Para mim, tal qual o meu pai, Deus sempre estava muito ocupado e, portanto, não tinha tempo para se envolver com meus pequenos dilemas, comparados a tantos problemas sérios que seriam de sua alçada, como guerras, miséria, violência, desigualdades, etc.
Mas esse Deus que se desenhava em minha mente e que povoa o imaginário de muitos, cristãos e não-cristãos, em nada se parece com o Deus de amor que a Bíblia nos revela e, especialmente, que Jesus Cristo nos faz conhecer.
As Escrituras estão repletas de revelações a respeito da natureza amorosa de Deus. No capítulo 7 do Evangelho de Mateus, o próprio Jesus fala a respeito do Pai:
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mateus 7:11).
“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem!” (Mateus 7:11).
Na carta aos Romanos, em seu capítulo 12, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, afirma que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Porém, se observarmos o início do versículo, veremos que existe uma “fórmula” para que possamos experimentar a vontade de Deus em nossas vidas: não nos conformarmos com os padrões deste mundo, mas sermos renovados em nossa mente pela Palavra de Deus.
Na minha caminhada com Cristo, entendi que ser discípulo de Jesus significa ter uma vida de santificação, de renovação e transformação da minha mente, para que meus pensamentos e vontades estejam alinhados à boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Se eu já atingi esse estágio em todas as áreas da minha vida? De modo algum. Creio que tenho muita estrada para trilhar e muito a ser aperfeiçoada, pelo poder de Deus que opera em minha vida e na vida daqueles que o buscam com sinceridade.
Se eu já atingi esse estágio em todas as áreas da minha vida? De modo algum. Creio que tenho muita estrada para trilhar e muito a ser aperfeiçoada, pelo poder de Deus que opera em minha vida e na vida daqueles que o buscam com sinceridade.
Não irei me deter nesse tema, por enquanto, mas há algo que preciso compartilhar com você, que agora lê essas linhas: a provação que você está enfrentando, os problemas que, de repente, desabaram sobre sua cabeça, a perda que te pegou de surpresa, creio que nada disso ocorre “porque Deus quer” ou “porque é a vontade de Deus”, como costumamos ouvir por aí e às vezes nós mesmos dizemos tais palavras, travestidas de piedade, sem entender o real significado delas.
O que Deus tem para nós, segundo a Bíblia - creio na Bíblia como Palavra de Deus e manual de fé para a vida dos cristãos - é toda boa dádiva (presente dado voluntariamente), e a vontade dEle para nós é BOA, PERFEITA e AGRADÁVEL.
Deus não quer que você perca o emprego. Deus não quer ver sua família destruída. Deus não quer que milhares de pessoas vivam em situação de miséria. Deus não quer que você adoeça. Entendo que não era a vontade de Deus que meu filho morresse tão cedo. Embora em algum momento eu tenha acreditado nessas palavras, nelas não encontrei consolo. Somente a verdade da Palavra de Deus trouxe paz ao meu coração.
Então, chegamos à questão que propus no título deste texto: Por que, afinal, enfrentamos tantas situações dolorosas e tribulações neste mundo, se Deus é um Pai amoroso e poderoso para intervir na vida de seus filhos? Há um propósito para o sofrimento que o justo padece?
Nos próximos estudos, pretendo trazer alguns insights sobre essa questão e mostrar que, apesar de não ser Deus quem nos inflige sofrimento, Ele, por Seu grande amor, usa os momentos de tribulação para trabalhar em nosso caráter e nos aperfeiçoar.
Que a maravilhosa graça e a plena paz do Senhor Jesus sejam com você.
Bruna Monastirski.
Discípula de Cristo.
Discípula de Cristo.
Excelente reflexão, Bruna. Romanos 8:28 Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.
ResponderExcluirMinha amiga eu precisava ler esse texto reflexivo e o Senhor lhe usou grandemente em sua sabedoria! !!! O que me traz esperanças é a minha fé e a certeza de que hei de vencer em nome do Senhor Jesus! !!!!������
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