Por que vou à igreja?
Ultimamente esta pergunta tem martelado em minha mente.
O que tem levado as pessoas à igreja?
O que me motiva a estar inserida num grupo "religioso"?
Confesso que, quando entreguei minha vida para Cristo, há pouco mais de 15 anos, não fazia ideia do que aquela decisão significava, e o quanto minha vida deveria ser impactada por ela.
Quando decidi reconhecer em Jesus meu único Senhor e verdadeiro Salvador da minha vida, imaginei, ignorantemente, que estava "mudando de religião" e o pior, pensei que aquela decisão era tudo o que eu tinha de fazer para garantir o meu lugar no céu, ao lado de Deus, após minha morte física.
Por muitos anos, a igreja funcionava como um clube para mim, um local de reuniões, onde eu conhecia pessoas, encontrava outras, me divertia, enfim, era mais um compromisso social do que outra coisa. E, de quebra, ainda me sentia emocionalmente aliviada, por pressupor que, frequentando aquelas reuniões, eu seria merecedora de uma vida abençoada e, ainda, estava garantindo meu passaporte para o céu.
Eu havia me tornado uma pessoa religiosa. Cumpria ritos, compromissos, mas não conhecia a Deus, em verdade.
Havia me tornado como o filho mais velho da parábola do filho pródigo. O filho que não tinha intimidade com o pai. Que estava na casa do pai, que se achava superior ao seu irmão mais novo insensato, porém não tinha qualquer intimidade com o pai.
Depois de muito tempo, finalmente entendi a repercussão daquele sim que eu disse para Jesus um dia. Mas foram necessários muitos anos para que eu compreendesse isso.
Foi necessária muita instrução na Palavra, um discipulado intensivo, para que eu, finalmente, acordasse para a realidade espiritual na qual eu me encontrava.
Comecei a entender que Jesus não veio ao mundo trazer uma religião, mas um reino espiritual e que, para fazer parte deste reino, eu precisava conhecer o seu idioma, suas leis, para que, através disso, eu conhecesse Aquele que reina. Sobre esse tema, recomendo o estudo do Pr. Wendell Costa acerca das doutrinas básicas da fé cristã.
Jesus disse, no Evangelho de João: "Eu sou o caminho...". Há um caminho a ser percorrido quando decidimos seguir Jesus. Crer em Jesus e recebê-lo em seu coração não irá produzir efeitos se você não buscar conhecê-lo.
Lembro-me daquele jovem rico, que perguntou a Jesus o que poderia fazer para ganhar a vida eterna. Ele era fiel cumpridor dos mandamentos da lei, mas ficou triste quando Jesus pediu que ele vendesse tudo o que tinha e O seguisse. Seguir os passos de Jesus exigiu daquele jovem um preço que ele não estava disposto a pagar. Ser discípulo de Jesus requer, algumas vezes, que nos despojemos daquilo que, para nós, tem grande valor (não necessariamente bens materiais), e investirmos naquilo que é precioso aos olhos de Deus.
Então, você pode perguntar: Se frequentar uma igreja não é o bastante, o que posso fazer para ser um cristão verdadeiro?
Bem, participar de alguma comunidade cristã é apenas um dos aspectos da vida do discípulo e não pode ser desprezado. Porém, a nossa motivação deve ser conhecer Jesus, aprender a ser como Ele, celebrar a nossa fé com outros que partilhem da mesma crença, e servirmos uns aos outros.
E como você pode conhecer Jesus? Por meio da leitura da Palavra de Deus, a Bíblia, da oração, e da comunhão com pessoas mais maduras na fé cristã.
Através da Sua Palavra, Deus revela quem Ele é e quem nós somos, para que propósito fomos criados. Devemos meditar na Palavra de Deus diariamente, retirando dela instruções para as mais diversas áreas da nossa vida. (2 Timóteo 3:16 e Josué 1:8).
Se a Bíblia é o principal meio pelo qual Deus fala conosco, a oração, por sua vez, é ferramenta indispensável na nossa comunicação com Ele. A melhor forma de conhecermos alguém é conversando com essa pessoa e, para conhecermos mais a Deus, devemos dedicar tempo conversando com ele. A oração é uma conversa aberta, sincera e sem formalidades com o nosso Pai. (Colossenses 4:2; Filipenses 4:6; Mateus 6:6).
Por fim, é necessário estarmos em comunhão com o corpo de Cristo, que é a igreja. Não me refiro aqui à instituição "igreja". Há várias comunidades cristãs pregando o Evangelho de Jesus, anunciando o caminho. Precisamos estar inseridos em algum grupo que professe a mesma fé, para que possamos crescer, a partir do convívio com irmãos mais experientes, para sermos encorajados durante nossa caminhada. Jesus disse que onde estivessem dois ou três reunidos em Seu nome, ali Ele também estaria. Deus libera bençãos na comunhão. Quando saímos da comunhão, deixamos de desfrutar dessas promessas de Deus para nós e, inevitavelmente, enfraquecemos na fé.(Mateus 18:20; Hebreus 10:25).
Assim, entendemos que frequentar uma comunidade cristã (igreja) faz parte da vida do discípulo, mas ela não se resume a isso. Podemos frequentar a igreja por muitos anos e não sermos, verdadeiramente, discípulos de Cristo, mas apenas religiosos, cheios de sujeira em nossa alma, entregues às nossas próprias vontades e com o coração fechado para a restauração que o Evangelho propõe.
Espero que o Senhor tenha falado ao seu coração através deste pequeno texto. Se você se encontra no estado em que eu me encontrava quando era apenas "religiosa", sinta-se desafiado(a) a tornar-se discípulo(a) verdadeiro(a), caminhar com o Mestre, aprender dEle e imitá-lo.
"Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados..." (Efésios 5:1)
Que a graça do Senhor seja com você.
Bruna Monastirski
Discípula de Cristo.
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