A Parábola do Semeador Parte 4: O solo pedregoso



Encerrei o último texto com a promessa de que escreveria sobre como devemos preparar o nosso coração para que ele seja terreno propício à Palavra de Deus. No entanto, antes de entrarmos nesse tema, é necessário concluir o estudo sobre os tipos de solo.

Já vimos que algumas sementes caíram à beira do caminho e sequer penetraram na terra. Falaremos, nesta parte do estudo, sobre a situação das sementes que caíram em solo pedregoso/rochoso:

Parte dela caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e logo brotou, porque a terra não era profunda. Mas, quando saiu o sol, as plantas se queimaram e secaram, porque não tinham raiz. (Mateus 13:5‭-‬6).

O evangelista Lucas chama atenção para outro detalhe falado por Jesus:

Parte dela caiu sobre pedras e, quando germinou, as plantas secaram, porque não havia umidade. (Lucas 8:6)

Jesus explica o significado deste tipo de solo:

As que caíram sobre as pedras são os que recebem a palavra com alegria quando a ouvem, mas não têm raiz. Creem durante algum tempo, mas desistem na hora da provação. (Lucas 8:13)

O solo pedregoso corresponde, assim, às pessoas que recebem com alegria a palavra pregada, porém não têm profundidade (raiz) e, por isso, tão facilmente como creram e receberam a palavra, também desistem quando passam por provações.

Ao estudarmos as sementes que caíram à beira do caminho (leia aqui), vimos que elas não puderam penetrar naquele solo, porque ele era rígido. Entendemos, também, que a dureza do solo corresponde à insensibilidade do coração do homem que não entende a palavra pregada.

No solo rochoso, essa dureza também existe, porém ela não é aparente, pois, superficialmente, a terra parece boa para o plantio. A semente dá origem a uma pequena planta, gerada na superficialidade daquele terreno. No entanto, quando as raízes tentam alcançar a profundidade do solo, em busca da umidade necessária para a planta se firmar, encontram um obstáculo: as pedras. Então, quando o vento e o sol fortes atingem aquela planta, ela não consegue resistir, em razão da sua fragilidade, pois não tem raízes profundas.

Semelhantemente, quando a palavra de Deus é ministrada para algumas pessoas, aparentemente elas se mostram receptivas à mensagem, porém, em razão da obstinação de seu coração, muitas vezes escondida nos recantos mais inacessíveis de sua alma, a semente da Palavra não consegue atingir a profundidade necessária para se fortalecer. Então, quando vêm as provações e perseguições por causa do Evangelho, não conseguem perseverar na fé.

Ao meditar nesse texto, impossível não lembrar da passagem em que Jesus chama de prudente o homem que constrói sua casa sobre firme alicerce e de insensato aquele que a constrói sobre areia. Vejamos o que ocorre com a casa edificada sobre a areia:

Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda. (Mateus 7:26-27).

A construção sem um alicerce bem preparado é mais rápida. Porém, menos segura. 

Podemos dizer o mesmo da confissão de fé daqueles cujo coração se assemelha a um solo cheio de pedras.

São pessoas que recebem a mensagem do Evangelho com alegria, respondendo rapidamente à pregação da Palavra. No entanto, as barreiras existentes em seu coração impedem que a Palavra de Deus produza transformação de vida. Assim, tornam-se meros ouvintes da Palavra, pois não a praticam. Por isso, as raízes de sua fé tornam-se frágeis e, com isso, acabam desistindo da caminhada nas primeiras dificuldades.

Por vezes, a mensagem libertadora do Evangelho chega como uma “luz no fim do túnel”, trazendo-nos esperança para continuar e, por isso, alguns de nós rapidamente cremos na mensagem. No entanto, se enxergarmos Cristo apenas como uma espécie de “bote salva-vidas”, acabamos nos entristecendo diante das adversidades e  abandonando a fé.



Embora a decisão de seguir os passos de Jesus seja, por vezes, tomada em momentos de muita emoção, em razão do agir do Espírito Santo em nós, essa decisão não pode ser fruto de uma experiência puramente emocional.

Mesmo sem termos a noção do valor e do grande impacto daquele "sim" que um dia dissemos para Jesus, percepção que só alcançamos com o passar do tempo, é importante que seja uma decisão tomada com lucidez e entendimento. Nossa fé precisa ter razão de existir.

No texto anterior, entendemos que a dureza de coração faz com que o homem não entenda a palavra pregada. Agora, vamos tentar identificar o que é um coração endurecido.

Segundo as Escrituras, endurecer o coração é agir sem temor a Deus, ou seja, conduzir sua vida conforme suas próprias regras e vontades, sem observar os mandamentos que Ele nos deixou.

Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal. (Provérbios 28:14)

Outros textos bíblicos revelam mais características de um coração endurecido: altivez, obstinação, desobediência, rebeldia.

Por isso é que se diz: "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião" (Hebreus 3:15).

Mas os nossos antepassados tornaram-se arrogantes e obstinados, e não obedeceram aos teus mandamentos. Eles se recusaram a ouvir-te e esqueceram-se dos milagres que realizaste entre eles. (Neemias 9:16,17a).

Quando somos ministrados pela Palavra da verdade, a consequência natural é que sejamos libertos de nossos pecados, anseios, culpas, etc. Esse processo, na maioria das vezes, é lento, mas ele precisa acontecer.

Por outro lado, se temos ouvido a mensagem da redenção por meio de Cristo e esta não tem produzido em nós nenhuma ou quase nenhuma mudança de caráter, provavelmente existem pedras a serem removidas para que a semente da Palavra de Deus penetre em nosso coração.

Vejamos o que nos ensina Hebreus 3:12-14:

Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama "hoje", de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio.  (Hebreus 3:12-14).

Vemos que o engano do pecado endurece o coração do homem. O pecado que habita em nós, a lei do pecado que atua em nossa carne (Romanos 7:19-25), tem como um de seus frutos endurecer o coração humano, vacinando-o contra o arrependimento.

O coração obstinado não aceita conselhos, instruções, repreensões, pois acha que o que faz é certo ou, ainda, que há justificativa para suas atitudes erradas.

Com o coração endurecido pelo pecado, a palavra recebida não cria raízes profundas e, assim, não produz uma fé constante e madura. E, como resultado dessa fé superficial, não serão produzidos frutos de arrependimento. 





Se um dia você recebeu Jesus em seu coração, mas continua vivendo buscando seus próprios interesses e de acordo com suas vontades e desejos, é tempo de mudar e entregar o controle da sua vida ao bom Pastor. Só assim você será conduzido pelo caminho que Deus planejou para você. Se você fizer isso, Ele te mostrará onde você tem falhado, trazendo arrependimento e libertação.  Deixe Jesus assumir a direção da sua vida e peça ajuda a Ele para mudar o que precisa ser mudado em você. Ele está de braços abertos para te ajudar a recomeçar.

Que a graça e a paz do Senhor sejam com você.

Bruna Monastirski.
Discípula de Cristo.

Comentários

  1. Maravilhosa palavra. Tremendamente edificada e estou usando como fonte de pesquisa .Obrigada. Vanos tirar as pedrase arar a terra.

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